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Posso ser só mais um motorista no trânsito
Mais um número de matriculaMais uma que gira a catraca do ônibus
Mais uma que tem vontade de mudar o mundo. Só vontade.
Só mais uma coitada, domesticada e enfiada na sociedade de indigentes.
Descaracterizada.
É ai que eu vivo
Vivo viajando em desvarios, tropeçando na minha lerdeza
Correndo na direção contrária
Construindo castelos de areia sobre chão de barro.
Alguns me chamam de louca
Talvez eu seja um pouco, apesar da timidez
Não faço questão de ser normal.
Não sou 100% sóbria, nem 100% sã.
Garçom, uma dose de lucidez
Que acordo cedo amanhã.
É melhor ser ou ter?
Não tenho muito dinheiro
Tenho uma lapiseira, um caderno e um amor platônico
Um dia vou sair sem rumo e sem relógio
E comer um caixa de bombom sozinha
Odeio meu corpo, prefiro o do manequim
Às vezes me irrito na frente do espelho.
Mas esqueço disso quando como um chocolate. Simples assim.
Minha cabeça é uma bagunça, cheia de perguntas.
Tudo o que é moderno é bom?
Qual a diferença entre organização e ordenamento?
Somos organizados ou ordenados?
Existe destino?
Estou aprendendo a resistir ao celular, meu amor.
Amor?
Esse eu invento pra me distrair, assim como o Cazuza
Espero um estranho que me seduza.
Amo escrever, mesmo sem saber.
Ouço mil vezes a mesma música
Olho sempre a mesma foto
Como é que se tira borboletas do estômago?
Sou mutante, errante
Muito mais ouvinte que falante.
Sou fechada e fria, mas escondo minhas pieguices.
Sou um pouco de Capitu com Alice.
Sou um pouco de tudo e mais um pouco
Uma música fora do ritmo
Sem partido ou ideologia definida
Sim. Uma perdida.
Mas no fundo eu nem ligo. xD
3 comentários:
Paola querida,
desculpe por não vir aqui com a frequência que deveria! acabo de ler este seu poema e estou encantado com a forma desapegada com que você escreve. acho que nossa predileção pelo manuel bandeira influencia um pouquinho só nossos poemas né? hahaha
beijooos!
Com certeza Marcussss!
quem sabe um dia eu chego la néee haha
e volte sempree^^
prazer em conhecê-la filha !
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