Espaireça

Teresa, você é a coisa mais bonita que eu vi até hoje na minha
vida, inclusive o porquinho-da-índia que
me deram quando eu tinha seis anos.

Manuel Bandeira




Andar solitário entre a gente

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

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Que não seja imortal, posto que é chama....
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Estar de férias é ótimo, surge uma sensação de liberdade, descarrego, dá uma vontade enorme de fazer milhões de coisas ao mesmo tempo, tudo aquilo que foi adiado, ou cancelado por causa das obrigações do dia-a-dia. É o momento em que todas as preocupações são esquecidas, ainda que por um curto período, e só no que pensamos é diversão, lazer e tudo o que há de bom. Mas chega uma hora que o tédio toma conta e começa a reinar nas tardes vazias, parece que tudo já foi feito, não há mais para onde ir e nem a quem recorrer, então o indivíduo tem que apelar para modos mais simples de entretenimento, a televisão por exemplo. Foi o que aconteceu comigo um dia desses, após muita diversão e praia, me deparei deitada no sofá passando por todos os canais possíveis, procurando com impaciência por algo que me chamasse à atenção, parece que até a TV conspirava contra mim.
Até que numa bela tarde solitária entrei em uma maratona de filmes, todos pegos na metade, nenhum inédito para mim, o primeiro deles: Hitch, o conselheiro amoroso, logo após, Cidade dos anjos, Vestida para casar, The Notebook, Mensagem para você, e para fechar com chave de ouro, PS: eu te amo. Foi uma tarde super fofa, lotada de filmes românticos, piegas e melosos, porém muito diferentes uns dos outros, cada um com sua particularidade e charme.
A irreverência de Hitch me fez rir e admirar um cara divertido e atrapalhado como ele, e vi que o amor é tão atrapalhado quanto. Em Cidade dos anjos me impressionou o amor platônico e incondicional que surge de repente em alguém a ponto de abrir mão da imortalidade e condição “divina” para viver tão brevemente como um pobre mortal apaixonado. Qualquer mulher, principalmente as mais idealistas e românticas sonha com o príncipe encantado e perfeito, às vezes já até o encontrou, mas nem imagina que ele seja aquele cara irritante com quem vive discutindo, é isso que mostra o filme Vestida para casar, em que um jornalista gato faz o papel do príncipe oculto que só se manifesta no fim do filme, claro. E o destino prevalece sobre qualquer condição, distância ou tempo em: The Notebook. O mais próximo da realidade acho que é  Mensagem para você, e o mais sem graça também, as trocas de emails que ocupam quase o filme inteiro não são nenhuma novidade ou algo muito emocionante, não assisti até o final, mas não é tão difícil de prevê-lo.
Nota-se que o amor é o grande protagonista de todos esses filmes, e que mesmo após muitas reviravoltas, momentos tensos de dúvida sobre o final do mocinho e da mocinha, tudo acaba da forma mais esperada pelos telespectadores (pelo menos na maioria das vezes), uma exceção seria PS: Eu te amo, já que se mostra a dor à qual todos estão sujeitos ao perder um grande amor, principalmente de uma forma tão trágica, esse é triste, mas recomendo. Enfim, todos se tratam desse sentimento inevitável e inexplicável, que predomina também no livro: Eclipse, continuação de Crepúsculo e Lua nova.
Considerando que a vida em geral pode também ser um longo filme ou livro, as confusões de amor são muito freqüentes, fazem do tema um grande jogo, cujo fim é muito difícil de prever, todos almejam um final feliz, claro, mas algumas vezes alguém sai perdendo, infelizmente. É como um difícil quebra-cabeça em que sempre sobra uma peça, às vezes sobram duas, ou mais, mas elas não se encaixam, parece injusto... Paciência! É inútil tentar entender o que nos faz gostar desse ou daquele, será sempre um mistério, já que o coração tem razões que a própria razão desconhece, são os "dogmas" do amor. Seja ficção ou realidade, o desencadeamento de paixões ocorre quando menos se espera, é simplesmente inevitável, inenarrável, e a paixão que se nutre por um anjo, vampiro, ou humano simplesmente, parece ter a mesma intensidade.
O sonho de um dia encontrar a metade da laranja, a tampa da panela, ou alma gêmea ainda permeia na cabeça de muitos, e essas expressões bregas que definem a pessoa “perfeita” são a prova de que o amor idealizado e utópico é tão brega quanto. Ninguém é perfeito pra ninguém, basta ter paixão suficiente. Toda panela nova se encaixa com perfeição na tampa, mas com o tempo, principalmente se não for muito bem cuidada ela vai se desgastando, ganha um amasso ou perde o cabo, e aí tampar a panela fica mais difícil. Talvez a questão não seja ser panela ou ser tampa, mas sim saber cozinhar, desse modo não se precisa de panelas que sirvam perfeitamente em suas tampas para que a comida fique boa.
Assim como nos livros, novelas e filmes de finais felizes em que, após a turbulência, todos acabam bem, e por fim encontrando suas “caras metades”, acredito que alguma hora, uns mais cedo outros mais tarde, todos acabam com a pessoa esperada (ou com a inesperada), que faz o coração bater mais forte e tira o fôlego, uns se casam, outros não, uns ficam juntos para sempre, outros não....
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...mas que seja infinito enquanto dure.
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