Espaireça

Teresa, você é a coisa mais bonita que eu vi até hoje na minha
vida, inclusive o porquinho-da-índia que
me deram quando eu tinha seis anos.

Manuel Bandeira




This is it

domingo, 27 de junho de 2010

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Estou prestando uma homenagem atrasada ao cara pálida mais adorado do mundo. Ele acaba de cantar " I'll be there" e agora está esbanjando sua voz em " I can't stop loving you". Estou em uma disputa brava entre escrever e assistir ao pouco do que seria aquela mega produção em Londres ( Pô Michel, custava esperar 18 dias?). Toda vez que me concentro no texto, aquele grito agudo tira toda a minha atenção e me obriga a olhar para a TV. Se o texto ficar ruim, a culpa é toda dele, gente! Agora é a vez de Thriller!! Assim eu não consigo terminar mesmo, e já são 00:24 (its close to miiiiidnight),  pareço um zumbi, minha lente de contato está gritando para sair do olho e eu estou aqui só para demonstrar meus pêsames pelo ano que se passou sem o rei do Pop.
E enquanto me forço a escrever, cada nota do baixo e a cada estralar de dedos me faz delirar, sem contar essa mágica que ele faz com o corpo...Cada movimento é feito com tanta maestria e naturalidade que me faz invejar desde a virada de pescoço até a tal moon walk. Enquanto ele dança minha favorita Billy Jean, tento encontrar palavras para descrever, mas é impossível. A única coisa que consegui fazer foi encarar a TV quase sem piscar e mexer o pé ao rítmo da bateria, inconscientemente. E agora " Heal the world" só para fechar com chave de ouro. Não tenho mais muito o que dizer, então... This is it!

Um estranho em casa

sexta-feira, 25 de junho de 2010



Eu estava em paz quando ele chegou. Abriu a porta devagar e entrou na sala. Foi chegando sorrateiro, sentou-se ao meu lado no sofá e delicadamente tirou de mim o controle remoto. Tirou os sapatos e colocou o pé em cima da cadeira que fica ao lado do sofá. Eu acompanhava todos os movimentos com um olhar hostil, desconfiado, de reprovação com susto. Que sujeito abusado! Mas não consegui dizer nada, fiquei paralisada, observando-o enquanto ele retribuía com um olhar obliquo e um meio sorriso. Talvez minha irritação o tivesse agradado, o que me incomodava ainda mais. Ele não era bonito nem feio, era estranho. Eu o olhava de cima a baixo, tentando enxergar alguma coisa além daquela estranheza vestida de calça jeans e camisa branca. O silencio me incomodava. Qual dos dois diria a primeira palavra?
Ele foi até a cozinha e voltou com duas xícaras de café na mão. Apesar da folga, estranhei a gentileza e lhe retribui com um obrigada. Lá pelas tantas, nos entregamos a uma conversa, ele me contou suas histórias e até me arrancou um sorriso. Quando dei por mim, já estava envolvida e, desatenta como sempre, nem me dei ao trabalho de perguntar seu nome. Ele não era feio. Tinha lá seu charme e uma voz grave que me mantinha toda ouvidos. Aos poucos fui cedendo. Por trás daquele mistério instigante havia um companheiro para a minha tarde fria e até um confidente. Nunca imaginei me sentir tão confortável com um estranho em casa.
A noite começava a aparecer, ele se levantou sem dizer nada e saiu às pressas pela porta dos fundos. Não entendi nada e fui obrigada a ir atrás para ver o que o esquisito faria dessa vez. Ele não me deixaria assim...Não sem ao menos me dizer o nome, então não resisti e perguntei, quase gritando pois ele já estaria longe, com medo de ficar sem resposta. Então ouvi sua voz ja distante dizendo: " Meu nome é Tédio!".



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Duas doidas e uma Vuvuzela

domingo, 20 de junho de 2010



Copa do Mundo 2010!
Bafana, Bafana!
As pessoas estão animadas, esperançosas, confiantes, alegres.
Alguns comemoram bebendo, outros comendo, outros gritando.
Mas a maioria comemora com a boca na VUVUZELA!
Não sei você, mas após somente dois jogos eu já não suporto o som desse singular instrumento.
 
 
Entremos em acordo, caro amigo leitor.
Esses famosos objetos podem ser muito melhor aproveitados com outros intuitos.
Como por exemplo...
 
 
Bater nas amigas, com ou sem motivo


Revidar nas amigas filhas da mãe

 
 Beber com classe


Beber sem classe


Bengala para as simpáticas senhorinhas da terceira ou quarta idade



Ouvir a conversa do vizinho


Olhar uns gatinhos na calçada


Viu só?


Essas são só algumas das tantas possibilidades das Vuvuzelas! Use your imagination!

Texto da Robs ^^

Ai minha garganta

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Há dias que minha garganta anda estranha
Olho no espelho, nada
Apalpo, nada também
As amídalas, perfeitas
Não há sinal de gripe, não está inflamada, não dói, nem estou rouca
É um mistério! Que garganta mais louca!
Não sei se são os sapos que tive de engolir, ou as borboletas que preciso vomitar
Mas alguma coisa a incomoda e, consequentemente, me incomoda também,
Cá estamos, eu e minha estranha garganta em plena desarmonia.
Que agonia.
Ahhh

Ao dia dos namorados

sábado, 12 de junho de 2010

Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho? 
Vivo tranquilo, a liberdade é quem me faz carinho
No meu caminho não tem pedras nem espinhos
Eu durmo sereno e acordo com o canto dos passarinhos

Marisa Monte

Continuando...

Sigo no sossego
Sem drama nem birra, sem choro nem vela
Sem apego
Ando ao léu
Abraçada à liberdade
O pé no chão, a cabeça no céu
Sem saudade
Vou sem pressa, na companhia do vento
As mãos no bolso, curtindo a música
Sem rumo e sem destino, quase um peregrino
Chutando as pedras do caminho
Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho?

Paola B.



Revelações

terça-feira, 8 de junho de 2010


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Posso ser só mais um motorista no trânsito
Mais um número de matricula
Mais uma que gira a catraca do ônibus
Mais uma que tem vontade de mudar o mundo. Só vontade.
Só mais uma coitada, domesticada e enfiada na sociedade de indigentes.
Descaracterizada.
É ai que eu vivo
Vivo viajando em desvarios, tropeçando na minha lerdeza
Correndo na direção contrária
Construindo castelos de areia sobre chão de barro.


Alguns me chamam de louca
Talvez eu seja um pouco, apesar da timidez
Não faço questão de ser normal.
Não sou 100% sóbria, nem 100% sã.
Garçom, uma dose de lucidez
Que acordo cedo amanhã.


É melhor ser ou ter?


Não tenho muito dinheiro
Tenho uma lapiseira, um caderno e um amor platônico


Um dia vou sair sem rumo e sem relógio
E comer um caixa de bombom sozinha


Odeio meu corpo, prefiro o do manequim
Às vezes me irrito na frente do espelho.
Mas esqueço disso quando como um chocolate. Simples assim.


Minha cabeça é uma bagunça, cheia de perguntas.
Tudo o que é moderno é bom?
Qual a diferença entre organização e ordenamento?
Somos organizados ou ordenados?
Existe destino?


Estou aprendendo a resistir ao celular, meu amor.
Amor?
Esse eu invento pra me distrair, assim como o Cazuza
Espero um estranho que me seduza.


Amo escrever, mesmo sem saber.
Ouço mil vezes a mesma música
Olho sempre a mesma foto

Como é que se tira borboletas do estômago?


Sou mutante, errante
Muito mais ouvinte que falante.


Sou fechada e fria, mas escondo minhas pieguices.
Sou um pouco de Capitu com Alice.
Sou um pouco de tudo e mais um pouco
Uma música fora do ritmo
Sem partido ou ideologia definida
Sim. Uma perdida.


Mas no fundo eu nem ligo. xD

Diariamente

terça-feira, 1 de junho de 2010

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Trabalhar em um shopping é um tanto quanto torturante. Todos os dias, passo em frente a uma loja de lingeries onde sou obrigada a ver a Gisele Bündchen vestindo calcinha e sutiã preto numa pose exuberante. Seu cabelo perfeito combina com o rosto fino e a expressão sensual, o que, me obriga a pensar "Que ódio!".
Passando a loja de lingeries, vem uma loja repleta de vestidos lindos e caros que vestem os corpos perfeitos das manequins magrelas. Em seguida, outra loja feminina. Dessa vez com sapatos e bolsas. Na frente dessa, uma que brilha com as jóias de ouro e prata, cintilando através da vitrine iluminada, onde há também fotos de beldades de corpos perfeitos.

Chego ao meu local de destino e lá permaneço durante horas a fio de puro tédio. Às vezes temos um pouco de emoção quando somos surpreendidos com uma casquinha jogada do piso superior por algum pivete. (Verídico). Há também alguns clientes engraçados que nos rendem boas risadas. Respondo a perguntas, algumas bem bizarras, peço documento e imprimo cupons. Repito sempre as mesmas falas: “Bom dia, já tem cadastro?”, ” Me empresta um documento, por favor",” Qual o seu CEP?". Carimbo as notas fiscais das pessoas que desfilam pelo shopping. Nas sacolas, roupas caras. Na barriga, Mc Donald's, Pizza Hut, Viena, ou qualquer outra tentação da praça de alimentação. Na hora do almoço, me contento com meu lanche de pão integral. Durante o expediente vejo o brilho da faixada vermelha da TAM, o que me faz imaginar os pacotes de viagens vendidos. Como se não bastasse, ainda olho para dois carros 0 km que serão dados de presente a algum sortudo.

Certa hora do dia, a Koppenhagen me mata de desejo com o cheiro de café que abriria o apetite até daquele que não gosta de café. Logo mais, o quiosque da Nutty espalha o cheiro de amendoim doce por todo o nosso balcão e nos mata novamente. Então abro minha bolsa sem zíper e vejo que só tenho dinheiro para o ônibus, e que o troco basta apenas para comprar algumas balas na banca de jornal. Ah.. Se eu tivesse ao menos R$6,40 para comprar um cappuccino na Kopenhagen...

Chegada a esperada hora de ir embora, me despeço com alegria do computador e dos meus queridos companheiros de trabalho. No caminho de volta para casa, a música me acompanha durante todo o percurso. O fone de ouvido me mantém acusticamente isolada do mundo, nenhuma voz me incomoda. O único barulho é o motor do ônibus, difícil de abafar.

Assim que chego em casa, sinto o desprazer de ver meu corpo no espelho. Imediatamente me vêm à cabeça a imagem da Gisele Bündchen de lingerie preta e das outras gostosas da vitrine. Ainda assim, vou correndo para a cozinha, abro a geladeira e não faço questão de resistir à Coca-Cola.
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