Espaireça

Teresa, você é a coisa mais bonita que eu vi até hoje na minha
vida, inclusive o porquinho-da-índia que
me deram quando eu tinha seis anos.

Manuel Bandeira




Blackout

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

.
.

HD, tela de LCD,touchpad e wireless. Engraçado ver os icones fundamentais da tecnologia tão próximos da simplicidade de uma vela de 5 centímetros, a única que me amparou durante um blackout inesperado nessa cidade do ABC. Pobre velinha, que em condições normais é tão ignorada e desprezada. Ela fica na última gaveta do armário da cozinha e só sai em situações de emergência. De uma hora para outra ela se torna essencial.


Sem dúvida alguma, somos 100 % dependentes de energia elétrica. Tentei tomar um banho, mas quando senti a água gelada, desisti. Depois disso, achei um pouco cômico o meu desespero quando me dei conta de que os dois textos que seriam para hoje estavam salvos no computador! Por instantes, me tornei uma pobre refém daquela máquina impotente, suplicando pela volta da tão adorada e santa energia.


Por sorte, logo veio o notebook para quebrar um galho. Mesmo depois de terminar os textos sob condições horríveis de iluminação, meus problemas ainda não estavam resolvidos. Nada de internet ou linha telefônica. Uma pessoa 100% urbana no escuro, incomunicável e sem chuveiro quente é tão lastimável que beira o patético.

Já havia começado a me preparar para a invasão do tédio quando tive uma boa idéia. Liguei a câmera fotográfica esperando que ela estivesse carregada. Dessa vez dei sorte e fui para a sacada praticar meu lado de fotógrafa amadora...







Enquanto fotografava a simples paisagem urbana, vi as luzes dos prédios se acenderem uma a uma, trazendo de volta a normalidade da rotina. Pude mandar meus textos por email e tomar banho quente. A velinha voltou à gavete da cozinha, onde será esquecida até o próximo blackout.


Powered By Blogger
You can replace this text by going to "Layout" and then "Page Elements" section. Edit " About "