Espaireça

Teresa, você é a coisa mais bonita que eu vi até hoje na minha
vida, inclusive o porquinho-da-índia que
me deram quando eu tinha seis anos.

Manuel Bandeira




I'll miss you, bro

sábado, 10 de julho de 2010

.
.
Ontem fui àquele lugar que já mencionei aqui uma vez ( http://paola-barbosa.blogspot.com/2009/06/ontem-fui-ao-aeroporto-de-guarulhos.html). Ele mesmo, o aeroporto de Guarulhos. Mas dessa vez não fui para sorrir, dessa vez eu que estava no andar de cima sofrendo o clima da despedida. No caminho de ida, nós quatro conversamos como se fosse um dia comum, ouvimos som e até discutimos por causa do ar condicionado. Logo vi as placas do aeroporto se aproximando e lamentei por ter chegado tão rápido. Pelo menos o trânsito na entrada nos deixou meia hora dentro do carro e, apesar do caos, eu estava aliviada porque meu irmão ainda estava lá. Assim que entramos, foi muito fácil achar uma vaga, colocamos o carro no primeiro canteiro vazio, assim como os outros. Isso me fez pensar em como vão estar os aeroportos no grande ano de 2014.
O próximo caos foi a fila do check-in, que parecia não ter fim. Mas eu estava gostando, era mais uma hora para curtir o maninho. Mesmo quieto e talvez tenso, ele estava lá. Mas a fila andou mais rápido do que eu gostaria, logo ele estava despachando as bagagens.
Essa é a hora em que o tempo passa mais rápido. Mal me dei conta e já estávamos na fila para a sala de embarque nos despedindo. Havia chegado a hora mais temida. Então os olhos que antes eram tensos e atentos, agora estavam vermelhos e acompanhavam o pentelho de 15 anos entrando na sala de embarque. A cada movimento da fila a tensão aumentava e eu me dava conta de que eu seria filha única por um ano. Até que ele passou por nós pela última vez, deu o último abraço e entrou. Na ponta dos pés, com o olhar fixo eu ainda tentava vê-lo. Enfim ele apareceu. Já longe, olhou para nós antes de colocar a mochila na esteira do raio X, acenou pela última vez e desapareceu de vista. Depois que o restante da família foi embora, fiquei com meu pais esperando o avião decolar. Sem uma palavra sequer, olhávamos fixamente através do vidro imundo, a demora era angustiante. Finalmente ele passou... Lá foi ele rumo aos EUA.
O caminho de volta para casa foi silencioso e o carro estava mais vazio, éramos só 3 agora. E eu me perguntava o quão estranha seria a casa com um a menos e não ter com quem disputar o computador.

Hoje fui à lavanderia e vi um saco preto amarrado. Quem vai levar o lixo pra baixo agora? Eu que não. Mas não tem nem com quem brigar. Já sinto falta.

3 comentários:

August disse...

Lindo texto, sorte sua saber que daqui 1 ano ele volta e eu te digo, vai ser mais rápido que você imagina ( experiência própria)
Eu sei que não serve de consolo, mas pelo menos você já tem uma data para ve-lo de novo,eu infelizmente, estou a mercê do destino.

Unknown disse...

Dodôo! Que milagre vc por aqui! rs

Volte sempre XD

Unknown disse...

Tocante Paola!!!mas veja pelo lado bom, quando ele voltar, será um cara muito mais maduro e muito mais útil, para voce abusar do menino novamente como sempre faz!

ahhaha.

Postar um comentário

Powered By Blogger
You can replace this text by going to "Layout" and then "Page Elements" section. Edit " About "