Espaireça

Teresa, você é a coisa mais bonita que eu vi até hoje na minha
vida, inclusive o porquinho-da-índia que
me deram quando eu tinha seis anos.

Manuel Bandeira




Dia do amigo

terça-feira, 20 de julho de 2010


Amigos são sempre legais, certo? Não. Os amigos chegam na sua casa, chamam sua mãe de Tia e abrem a geladeira, certo? Nãaao.
Alguns são chatos, outros folgados, outros adoram fazer um doce e fazem de tudo para irritar. Alguns amigos têm mais privilégios que outros...
Há amigos que não precisam freqüentar sua casa, nem conhecer sua mãe, basta ter ouvidos para suas picuinhas, idéias loucas e te chamar de doida.

Tem os amigos de berço, os amigos de orkut e os de bar.
Tem os amigos negros e os coloridos.
Tem amigos que não são tão amigos assim...


Só com os amigos você tem conversas sem sentido e mesmo assim faz questão de voltar para falar “Oi”.
Lucas diz:
o ue
???
o q?
PaoLa diz:
??????
Huauahuah

Amigos servem para discutir o paradeiro da sexta à noite e procurar o carro no estacionamento do mercado debaixo da chuva. Com eles você vira a noite falando sobre tudo e não dizendo nada.
Amiga é aquela que passa o dia dos namorados com você chorando as pitangas e ouvindo as suas. Ela te mata de vergonha e diz quando seu cabelo está horrível.
Às vezes ela come todo o brigadeiro e não deixa nada pra você, mesmo assim, você liga pra ela no dia seguinte e até paga um sorvete (fala ai, Bizzi xD).
Tem aquela que desaparece por anos, mas quando volta, dá risada com você das mesmas coisas e diz “Você continua igualzinha”.
Tem aquela que volta com você do “role” a pé, com o sapato na mão e o pé doendo, reclamando e xingando.
Amigo está no banco do passageiro quanto você bate o carro ou ri da sua cara quando toma uma multa.
Amigo é a companhia das melhores e das piores horas, te acorda com água no rosto ou pasta de dente na orelha. Ah! E também liga a cobrar!

Não importa o quão chatos, folgados, irritantes e petulantes...Quem iria procurar o carro comigo na chuva? =D


Há 2 espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e os amigos, que são os nossos chatos prediletos.

Mário Quintana

I'll miss you, bro

sábado, 10 de julho de 2010

.
.
Ontem fui àquele lugar que já mencionei aqui uma vez ( http://paola-barbosa.blogspot.com/2009/06/ontem-fui-ao-aeroporto-de-guarulhos.html). Ele mesmo, o aeroporto de Guarulhos. Mas dessa vez não fui para sorrir, dessa vez eu que estava no andar de cima sofrendo o clima da despedida. No caminho de ida, nós quatro conversamos como se fosse um dia comum, ouvimos som e até discutimos por causa do ar condicionado. Logo vi as placas do aeroporto se aproximando e lamentei por ter chegado tão rápido. Pelo menos o trânsito na entrada nos deixou meia hora dentro do carro e, apesar do caos, eu estava aliviada porque meu irmão ainda estava lá. Assim que entramos, foi muito fácil achar uma vaga, colocamos o carro no primeiro canteiro vazio, assim como os outros. Isso me fez pensar em como vão estar os aeroportos no grande ano de 2014.
O próximo caos foi a fila do check-in, que parecia não ter fim. Mas eu estava gostando, era mais uma hora para curtir o maninho. Mesmo quieto e talvez tenso, ele estava lá. Mas a fila andou mais rápido do que eu gostaria, logo ele estava despachando as bagagens.
Essa é a hora em que o tempo passa mais rápido. Mal me dei conta e já estávamos na fila para a sala de embarque nos despedindo. Havia chegado a hora mais temida. Então os olhos que antes eram tensos e atentos, agora estavam vermelhos e acompanhavam o pentelho de 15 anos entrando na sala de embarque. A cada movimento da fila a tensão aumentava e eu me dava conta de que eu seria filha única por um ano. Até que ele passou por nós pela última vez, deu o último abraço e entrou. Na ponta dos pés, com o olhar fixo eu ainda tentava vê-lo. Enfim ele apareceu. Já longe, olhou para nós antes de colocar a mochila na esteira do raio X, acenou pela última vez e desapareceu de vista. Depois que o restante da família foi embora, fiquei com meu pais esperando o avião decolar. Sem uma palavra sequer, olhávamos fixamente através do vidro imundo, a demora era angustiante. Finalmente ele passou... Lá foi ele rumo aos EUA.
O caminho de volta para casa foi silencioso e o carro estava mais vazio, éramos só 3 agora. E eu me perguntava o quão estranha seria a casa com um a menos e não ter com quem disputar o computador.

Hoje fui à lavanderia e vi um saco preto amarrado. Quem vai levar o lixo pra baixo agora? Eu que não. Mas não tem nem com quem brigar. Já sinto falta.

Na trave

sexta-feira, 2 de julho de 2010

.
Hoje acordei diferente, ao som de uma vuvuzela!
Hoje a rua acordou enfeitada, toda verde e amarela.
Nas janelas, a dança bonita das bandeiras
Mescladas aos versos do hino brasileiro
Entoado à terra do samba e pandeiro
.

Durante o jogo as ruas ficam plácidas
Só mesmo o futebol para driblar nossa rotina tão ácida
Abandonamos o trabalho, os estudos e a panela no fogão
Ninguém quer nem saber de eleição, o negócio aqui é seleção!

Alguns doidos fazem mandingas, outros até mundrunga
Tudo isso só para dar sorte ao time do Zangado, quer dizer, Dunga
Nascem patriotas confiantes gritando pela pátria amada
Orgulhosos de viver na terra tão adorada

Ao apito do juiz, começa a disputa pela jabulani
A chata da vuvuzela grita sem que ninguém reclame
Ninguém dá trela, olhos e ouvidos grudados na tela
A África finalmente é vista pelo mundo sem mazela

 
Logo no começo, o Robinho balança a rede para o furor da Holanda
A torcida eufórica grita GOL e faz aquele carnaval
Mas no segundo tempo, o time desanda
De repente, não mais que de repente, uma cabeçada atrapalhada deixa tudo igual
E então o país do samba começa a jogar na corda bamba
Mas a esperança, ainda equilibrista, sabe que o show tem que continuar
Esperança tão bobinha... Mal sabia que logo viria o gol fatal
E nosso time sem dinâmica começa a perder para a laranja mecânica
O juiz apita nossa derrota tão hostil
E agora chora a nossa Pátria mãe gentil

.


A torcida frustrada não esconde os olhos marejados
Durante quatro anos o grito de hexa vai ficar entalado
O Júlio César aparece primeiro, cabisbaixo e singelo
Enquanto isso, os twiteiros declaram o ódio a Felipe Melo, o ranzinza


A guia das ruas, antes verde e amarela, com o tempo voltará ao cinza
Até a vuvuzela perde a força e solta um grito rouco
As bandeiras não dançam mais na janela
E os patriotas vão morrendo pouco a pouco.
.
.

.
PS: Ounn, que bonitinhoo!!


Powered By Blogger
You can replace this text by going to "Layout" and then "Page Elements" section. Edit " About "