Espaireça

Teresa, você é a coisa mais bonita que eu vi até hoje na minha
vida, inclusive o porquinho-da-índia que
me deram quando eu tinha seis anos.

Manuel Bandeira




Olá classe!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010


Um dia eu disse que NUNCA seria professora!



Mas nas reviravoltas da vida, fui parar em uma escola de inglês e hoje sou chamada de “Teacher”. Lá, além de ensinar, aprendi que ser professora não é só encher a lousa com o canetão azul e corrigir provas à caneta vermelha. É também servir de exemplo, referência e tentar, de algum jeito, fazer diferença para os alunos, principalmente para os baixinhos. É lamentar junto com eles quando vem uma nota baixa e pensar “O que eu poderia ter feito melhor?”.


Passei tantos anos sentada na cadeira de aluno e de repente me vejo em pé na frente da sala chamando a atenção e às vezes falando sozinha.


Ainda assim, descubro todos os dias o prazer de transmitir um pouco de conhecimento. Ou melhor, knowledge!


Parabéns a todos os Profs, Teachers, Professeurs, etc etc...

Dia das crianças

terça-feira, 12 de outubro de 2010


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Nesse fim de semana tive uma experiência diferente. Respirei os bons ares do interior, acordei ao som dos pavões e tomei um café da manhã maravilhoso, típico de um bom hotel. Mas a experiência de que estou falando foi outra. Durante três dias, fui o que jamais esperava ser: RECREADORA. Logo de cara, vi aquela criançada fazendo bagunça e pensei “O que eu estou fazendo aqui?”. Mas bastou um dia para começar a pensar diferente. Vi o quanto ser criança é legal e muito mais fácil. Engraçado como elas se divertem tão facilmente, é incrível ver o fascínio no rosto de cada uma ao fazer um bonequinho de bexiga e farinha! Diferente de nós, adultos, que complicamos tanto as coisas e gastamos tanto dinheiro para nos divertir.

Faço uma ressalva para as mimadas e birrentas, mas basta um docinho para adoçar o humor azedo. Ainda assim, pude ver o quanto elas são sinceras, engraçadas e de uma ingenuidade apaixonante. Elas depositam toda a confiança na “tia” que as segura na piscina funda ou acompanha em uma brincadeira noturna dizendo com um olhar de pânico “ Tiiiia, to com medo!!”. Nessa hora, meu lado malvado se divertiu e teve vontade de aterrorizá-las ainda mais. Mas ao invés disso, eu apertei aquelas mãozinhas pequenas e garanti: “Calma, é só brincadeira!” E assim, foi nítido como elas se sentiram mais seguras. E incrível como EU me senti bem.

Nesses três dias, me diverti brincando de pique bandeira, cantando a música do limãozinho e pegando amora do pé para os pentelhos, rolou até certo apego. Pude ver como elas são transparentes e divertidas, apesar de irritantes às vezes. Só elas conseguem ver a riqueza na simplicidade de um boneco de farinha. Só elas conseguem nos mostrar como é fácil ser feliz.

É por isso que existe um dia quase exclusivo para elas. Feliz dia das crianças!

Summertime

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

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Sei que é primavera com cara de inverno, mas aí vai um " Summertime".
Que a voz rouca e sensual de Janis Joplin invada, por uns instantes, a segunda feira apática e insensível.  xD


Quem quer ser eleitor?

quinta-feira, 30 de setembro de 2010




Finalmente! Hoje comemoro o último dia de horário eleitoral gratuito. É um alívio saber que amanhã o jornal nacional começa às 8:15 e que poderei ouvir minhas músicas no rádio na hora do almoço. Pelo menos nos meios de comunicação, as coisas estão voltando ao normal. Estamos a poucos dias do evento do ano e não estou 100% certa sobre os meus escolhidos. Parece que os bilhões gastos nas campanhas eleitorais me adiantaram tanto quanto os últimos números do datafolha.
Minha falta de seriedade com relação às eleições certamente não é algo do qual me orgulho, mas pode ser que seja reflexo do descaso e banalização que é a política no Brasil. Hoje me animei em assistir ao último debate eleitoral, mas no que mais reparei foi a Dilma com sua blusa rosa bebê e seu brinco de pérola e a sobrancelha por fazer da Marina. Cada frase proferida com tanta “pomposidade “ entrava por um ouvido e saia batido pelo outro. Talvez fosse o cansaço, o sono, ou simplesmente a incrível falta de credibilidade que nossos queridos presidenciáveis esbanjavam em seus microfones. Apesar das diferentes raízes ideológicas, tenho a impressão de que são todos farinha do mesmo saco e têm lá suas maracutaias e seus Rorizes.

Confesso que esses comentários são vulgos de uma leiga cujo conhecimento de política não é dos melhores, assim como o de grande parte dos eleitores brasileiros. Prova disso foi o quadro do CQC “Quem quer ser eleitor” (http://www.youtube.com/watch?v=FqyuLu4QvAs), mostrando a terrível desinformação dos meus colegas eleitores ( a maioria do mundo das famosidades) balbuciando o nome dos vice-presidentes e seus partidos. Pelo menos isso eu sei, afinal, são as informações mais básicas que batem cartão nos jornais todos os dias.

Pior do que isso, apenas os candidatos que não têm a mais remota idéia da função de um deputado federal, como nosso querido Tiririca, a dona mulher Pêra .Como votar com consciência se nós ( eleitores) não sabemos sequer a diferença entre o senado e a câmara e eles (candidatos) não sabem sequer o que farão? Salvo as exceções, todos nós somos artistas de um grande circo que é a política desse nosso Brasil guarani. E ainda temos que ouvir o discurso ufanista de que votar é um ato de cidadania. Mas para muitos de nós, passar parte do precioso domingo nas urnas é um grande fardo.
Depois de ouvir as retóricas considerações finais de tons promissores acompanhadas aos olhares confiantes, me diverti com as últimas palavras de Plínio de Arruda: Viva o Brasil!


Chove chuva

sexta-feira, 24 de setembro de 2010


Chove chuva
Vem escorrer sobre meu telhado
Encontre abrigo na janela do meu quarto bagunçado
E leve com você os infortúnios do passado


Chuva fria, chuva boa
Cai com simpatia e me deixa à toa
Chuva gostosa
Canta baixinho e harmoniosa


O que chove?
Chove uma torrente de pensamentos
Precipitados, insensatos, em desajeitado movimento
Chove tédio de sexta. Chove pelas frestas
Então vem, chuva
Condense as impurezas do meu ar
E a primavera venha saudar com seu doce manjar
Chove chuva


Vem regar a madrugada, invadir minha sacada, atiçar meu sono
Trazer malemolência, cuidar da carência
Esbanjar seu entono
Para depois partir enfim. Simples assim.

A noite na estrada

sábado, 28 de agosto de 2010


Andei sumida, mas hoje resolvi escrever.



Cheguei agora de um breve bate-volta ao Guarujá. O tempo não estava dos melhores, não vi sequer a cor do mar, abandonei os amigos, mas foi uma noite bem agradável e diferente. Além disso, sair da secura torturante de São Paulo deixa qualquer indivíduo de bem com a vida né?
No caminho de volta, a pista era quase deserta, o que me fascinava. Tenho uma estranha paixão por estradas. Elas são silenciosas, mas me dizem tanta coisa... Nela os carros passam batido e seguem um rumo determinado. Já eu me jogo em devaneios desordenados que fazem curvas à alta velocidade, ainda mais quando alguma música acompanha minha viagem. Só a música tem o estranho poder de nos transportar no tempo e no espaço de uma forma alucinante. Não importa se ela é sofisticada ou não, se tem rimas pobres ou ricas. Seja Caetano Veloso dizendo " Não importa com quem você se deite / Que você se deleite seja com quem for / Apenas te peço que aceite /O meu estranho amor " ou Fernando & Sorocaba dizendo " Hoje cedo acordei, mas sei lá / uma coisa diferente em mim ", a música quase sempre nos remete a algo, ou alguém. E cada ponto que atingíamos da serra do mar me deixava ainda mais perdida nos pensamentos. A combinação de velocidade, cheiro de mata latifoliada e música sertaneja me levava cada vez mais longe. Voltei um ano atrás, em uma cidade pacata de sotaque caipira. Fechei os olhos e pude até ver o sol cintilando através do insulfilm e a placa da cidade se aproximando. Quando abri, me decepcionei com a placa que indicava apenas “São Paulo- 23 km”. Eu queria que a viagem nunca acabasse até que eu visse a cidade do meu sonho.
Aqui dentro era tudo estranho e inexplicável. Aconteciam coisas que fugiam totalmente ao meu controle. Não havia radar ou qualquer outro tipo de fiscalização. Apenas uma única sinalização estranha. Eu e minhas estradas com minhas estranhas paixões...
Mas uma mudança brusca de música me despertou daqueles bons delírios e me trouxe de volta para São Bernardo do Campo.
Então, não me restou outra saída, a não ser seguir para casa a contra gosto, abrir o lap top e traduzir minha decepção nessas palavras sonolentas. Boa noite.

Poema da coisa única

domingo, 8 de agosto de 2010

Eu sei que sou suspeita para falar do Rafael Cortez. Ele pode ser um palhação, beijar umas barangas na rua ou até fazer  piadas sem graça de vez em quando, mas minhas segundas feiras são muito mais alegres por causa dele e dos outros meninos do CQC. Fato.
E em uma das tardes ociosas de julho, achei esse poema que me fez ficar ainda mais apaixonada por ele!




Minha mente é tomada de assalto:
ouço essa África, que não pede licença
Pra me dizer o que pensa.
Que me faz ir de um só salto,
Da savana mais densa,
À casa que está longe, imensa...
morada que permanece propensa
À saudade que me é lançada.


Meu sono raro traz a infância bem guardada,
O carro velho e branco
Que pegava só no tranco,
A namorada antiga, que só existe num vão pranto,
Os amigos que se foram,
Cada um para o seu canto
- desde o antigo, que está morto
Ao mais velho, que é algum outro.


Misturam-se as sensações se tendo o novo e o velho à vista
- ainda que do novo tudo se atiça,
E do velho muito se saúda.
Corre, absurda, uma lembrança obscura,
Uma sensação de que tudo se fora,
Uma vista que fica, então, turva,
O rememorar à partir de uma uva,
Sorvida com álcool na taça miúda.


A cada noite de Bossa uma sensação nova,
Constrastando com a euforia do atleta,
Do grito guardado de Hexa!
- da vontade de cobrir uma festa;
A alegria da experiência tão nossa.


Os contatos,
Os gostos na boca,
Os sons de euforia!
Os abraços, os povos nas roupas,
Culturas em harmonia.


Bandeiras de países diversos
Mesclados aos versos
De hinos orgulhosos.


Pensamentos perversos,
Sentimentos imersos
Em momentos proveitosos.


No meio da euforia popular perde-se o indivíduo.
E eu resgato o meu comigo,
Na vontade de voltar e no estar aqui fundido.
Hj eu não sou só eu, sou um planeta.
Hj eu não sou planeta coisa nenhuma.
Eu e o RafaeL somos uma coisa única.
Rafael Cortez

Assim da pra ver com nitidez
que atrás do garoto fanfarrão com pele de golfinho
Há um poeta lindo e cortês.  ^^

Dia do amigo

terça-feira, 20 de julho de 2010


Amigos são sempre legais, certo? Não. Os amigos chegam na sua casa, chamam sua mãe de Tia e abrem a geladeira, certo? Nãaao.
Alguns são chatos, outros folgados, outros adoram fazer um doce e fazem de tudo para irritar. Alguns amigos têm mais privilégios que outros...
Há amigos que não precisam freqüentar sua casa, nem conhecer sua mãe, basta ter ouvidos para suas picuinhas, idéias loucas e te chamar de doida.

Tem os amigos de berço, os amigos de orkut e os de bar.
Tem os amigos negros e os coloridos.
Tem amigos que não são tão amigos assim...


Só com os amigos você tem conversas sem sentido e mesmo assim faz questão de voltar para falar “Oi”.
Lucas diz:
o ue
???
o q?
PaoLa diz:
??????
Huauahuah

Amigos servem para discutir o paradeiro da sexta à noite e procurar o carro no estacionamento do mercado debaixo da chuva. Com eles você vira a noite falando sobre tudo e não dizendo nada.
Amiga é aquela que passa o dia dos namorados com você chorando as pitangas e ouvindo as suas. Ela te mata de vergonha e diz quando seu cabelo está horrível.
Às vezes ela come todo o brigadeiro e não deixa nada pra você, mesmo assim, você liga pra ela no dia seguinte e até paga um sorvete (fala ai, Bizzi xD).
Tem aquela que desaparece por anos, mas quando volta, dá risada com você das mesmas coisas e diz “Você continua igualzinha”.
Tem aquela que volta com você do “role” a pé, com o sapato na mão e o pé doendo, reclamando e xingando.
Amigo está no banco do passageiro quanto você bate o carro ou ri da sua cara quando toma uma multa.
Amigo é a companhia das melhores e das piores horas, te acorda com água no rosto ou pasta de dente na orelha. Ah! E também liga a cobrar!

Não importa o quão chatos, folgados, irritantes e petulantes...Quem iria procurar o carro comigo na chuva? =D


Há 2 espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e os amigos, que são os nossos chatos prediletos.

Mário Quintana

I'll miss you, bro

sábado, 10 de julho de 2010

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Ontem fui àquele lugar que já mencionei aqui uma vez ( http://paola-barbosa.blogspot.com/2009/06/ontem-fui-ao-aeroporto-de-guarulhos.html). Ele mesmo, o aeroporto de Guarulhos. Mas dessa vez não fui para sorrir, dessa vez eu que estava no andar de cima sofrendo o clima da despedida. No caminho de ida, nós quatro conversamos como se fosse um dia comum, ouvimos som e até discutimos por causa do ar condicionado. Logo vi as placas do aeroporto se aproximando e lamentei por ter chegado tão rápido. Pelo menos o trânsito na entrada nos deixou meia hora dentro do carro e, apesar do caos, eu estava aliviada porque meu irmão ainda estava lá. Assim que entramos, foi muito fácil achar uma vaga, colocamos o carro no primeiro canteiro vazio, assim como os outros. Isso me fez pensar em como vão estar os aeroportos no grande ano de 2014.
O próximo caos foi a fila do check-in, que parecia não ter fim. Mas eu estava gostando, era mais uma hora para curtir o maninho. Mesmo quieto e talvez tenso, ele estava lá. Mas a fila andou mais rápido do que eu gostaria, logo ele estava despachando as bagagens.
Essa é a hora em que o tempo passa mais rápido. Mal me dei conta e já estávamos na fila para a sala de embarque nos despedindo. Havia chegado a hora mais temida. Então os olhos que antes eram tensos e atentos, agora estavam vermelhos e acompanhavam o pentelho de 15 anos entrando na sala de embarque. A cada movimento da fila a tensão aumentava e eu me dava conta de que eu seria filha única por um ano. Até que ele passou por nós pela última vez, deu o último abraço e entrou. Na ponta dos pés, com o olhar fixo eu ainda tentava vê-lo. Enfim ele apareceu. Já longe, olhou para nós antes de colocar a mochila na esteira do raio X, acenou pela última vez e desapareceu de vista. Depois que o restante da família foi embora, fiquei com meu pais esperando o avião decolar. Sem uma palavra sequer, olhávamos fixamente através do vidro imundo, a demora era angustiante. Finalmente ele passou... Lá foi ele rumo aos EUA.
O caminho de volta para casa foi silencioso e o carro estava mais vazio, éramos só 3 agora. E eu me perguntava o quão estranha seria a casa com um a menos e não ter com quem disputar o computador.

Hoje fui à lavanderia e vi um saco preto amarrado. Quem vai levar o lixo pra baixo agora? Eu que não. Mas não tem nem com quem brigar. Já sinto falta.

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