Espaireça

Teresa, você é a coisa mais bonita que eu vi até hoje na minha
vida, inclusive o porquinho-da-índia que
me deram quando eu tinha seis anos.

Manuel Bandeira




O fantástico mundo de Bob

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


Imagine um lugar. Um lugar onde cada um faz o que quer. Onde não há lei alguma ou qualquer restrição. Sem limites, sem preocupação, sem punição. Um lugar, onde se pode comer chocolate à vontade sem engordar e ver o nascer do sol na calçada de casa sem se preocupar.
Mesmo com todos os feitos extraordinários do homem, a sua imaginação é ainda o melhor atributo, apenas com ela podemos ir além do que o dinheiro proporciona, além do que o tempo e a coragem permitem. Poucas coisas seriam feitas sem a criatividade humana exuberante e ilimitada. Essa é uma riqueza à qual todos têm acesso, a única que não acaba e é impossível de ser roubada ou comprada; torna mais agradável a massacrante rotina e às vezes é uma válvula de escape para os problemas.
“Vou-me embora pra Pasárgada”, Manuel Bandeira fala em seu poema de um lugar idealizado, onde seria amigo do rei e teria todas as mulheres que quisesse, viveria uma aventura de modo inconseqüente em outra civilização. Assim como o Manú, todos sonhamos com um mundo ideal, um lugar perfeito e lindo onde pudéssemos causar às pampas e realizar todas as loucuras sem nos preocupar com as conseqüências futuras. Ninguém resiste à tortura que é a vida do século XXI, à luta pela sobrevivência, em que viver não é simplesmente existir, é uma luta diária, uma insistência. Precisamos de algo que transcende o mundo material, que nos faça esquecer por alguns instantes a violência que paira em todos os lugares, a água que está acabando, a corrupção gigantesca disfarçada de democracia, ou o sucesso no vestibular que milhares de jovens almejam incessantemente (desabafo).
Óbvio que muito melhor do que isso é realizar todos os desejos e fantasias que passam pela cabeça e torná-los palpáveis. Infelizmente as coisas são muito mais complexas do que parecem, nem tudo é possível devido às restrições legislativas, pessoais, religiosas ou físicas. Que mulher nunca quis olhar a Terra de longe nos braços do supeman? Que criança nunca sonhou em ser o próprio superman? Há coisas que caem melhor no universo imaginário apenas.
Enquanto a criatividade aflora na cabeça de cada um e destoa da fria realidade, vamos fazendo um pouco daquilo que não parece ser tão absurdo: comer chocolate até passar mal (danem-se as calorias), ou viajar nos braços do nosso próprio superman, as crianças se preocuparem em ajudar o mundo de tal maneira que sejam vistas como pequenos heróis.
Saudável hábito esse de viajar nas idéias, explorar o mundo infinito que existe dentro de cada um e olhar o lado cor-de-rosa da vida. Façamos cada um o próprio planeta, com as próprias leis e a própria gravidade, onde a liberdade é tanta que é possível voar alto sem cair nem quebrar a cara. Sejamos escoteiros da própria alma.

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